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quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Argentina e Uruguai: destinos ingratos para estômagos não carnívoros,uma crónica do Coração Nómada

Argentina e Uruguai: destinos ingratos para estômagos não carnívoros
por Catarina Costa e Palma, do blogue Coração Nómada

Se procuras fast-food com um toque local, hambúrgueres gigantescos, super-cachorros e todos os tipos de panados com molhos de várias cores a acompanhar, os ‘carritos’ (roulottes) uruguaios são, definitivamente, um local a conhecer.

Se, por outro lado, és vegetariano ou adepto de um tipo de comida mais orgânico e saudável, passa ao lado da comida de rua dos dois países mencionados e aproxima-te das ‘verdurerias’, lojas de frutas e vegetais.


No Uruguai, tal como na Argentina, ‘carne’ é sempre de vaca, que distinguem do cordeiro e do frango, as ‘outras’ carnes mais consumidas. Sem grande sofisticação, a carne é cozinhada de duas formas: grelhada na parrilla (o mesmo é dizer na grelha) ou frita, em jeito de panado, a que chamam ‘milanezza’.

A típica comida de rua que nenhum carrito (roulotte) uruguaio que se preze deixa faltar é o famoso - e delicioso - ‘chivito’, que poderia ser o equivalente uruguaio à nossa bifana, mas que é muito mais ‘rico’.

Pode ser servido no prato ou no pão e consta de um bife de ‘carne’ ou de frango com bacon, queijo mozzarela e ovo mexido ‘a cavalo’ com batatas fritas para acompanhar e uma rodela de tomate para dar ‘um ar saudável’.

[caption id="attachment_410" align="aligncenter" width="395"] Família uruguaia pescando ao pôr do sol. O primeiro peixe pescado foi oferecido aos portugueses, a primeira prova que tivemos da generosidade do povo do Uruguai.[/caption]

A base da comida uruguaia, pelo menos da que se encontra junto da linha costa, é a mesma da dos seus vizinhos do outro lado do estreito, o mesmo é dizer que nada tem de Light.

Em ambos os casos, logo à partida, reconhecemos as influências do seu passado colonial hispânico e italiano, já que - infelizmente para a gastronomia tanto argentina como uruguaia - os portugueses que aqui estiveram não ficaram tempo suficiente para influenciar definitivamente estes povos.

Tanto a Argentina como o Uruguai são destinos ingratos para estômagos não carnívoros. O peixe é raro, e quando o há é demasiado caro para o orçamento de quem viaja de mochila.

A única vez que tive o prazer de comer peixe foi há uns dias atrás, quando o meu corpo já gritava por algo para além de fritos, panados e pizzas.

Nesse pôr do sol em Colonia del Sacramento, vivi um momento que nunca esquecerei, pois o peixe com que me deliciei à noite foi retirado das águas do Rio de la Plata mesmo à minha frente.~

[caption id="attachment_411" align="aligncenter" width="565"] O 'Dorado' que cozinhamos de forma simples e saborosa: muito limão, sal, fogueira 'et voilá'.[/caption]

Depois de vários dias passados na praia e de ver muita gente à pesca, sem pescar nada, nesse fim de tarde houve um ‘maestro’ que sacou um Dourado enorme com o qual me presenteou; assámo-lo na fogueira mesmo ali, na praia, e foi um momento delicioso, em todos os sentidos.

Com este gesto simples me apaixonei ainda mais pelo povo do Uruguai. Simpático e generoso, para mim, o melhor que esta terra tem.

Catarina Costa e Palma

Coração Nómada 

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